quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Turma 125 - Releitura da Obra "As Idiotas"


Escolhemos a obra "As Idiotas", de Iberê Camargo, pois ela expressa bem o sentimento de solidão e ignorância presentes corriqueiramente em nosso cotidiano. A partir disso, achamos interessante fazer uma releitura para demonstrar a incapacidade da sociedade de perceber o caos ao redor. As coisas acontecem e as pessoas continuam com "cara de idiota", mesmo com a influência direta vindo de todos, poucos tomam alguma atitude para mudar a condição em que se encontram.

O que me Transformaria num perfeito Idiota?

Os desenhos que fizemos na aula foram bastante interessantes, já que foram muito expressivos, tanto em formas e ideias, como nas várias cores utilizadas, de acordo com o quadro escolhido como tema. 
Os desenhos possuem muitas caracteristicas parecidas,  como por exemplo: o uso excessivo de preto, tons de marrom e vermelho; a morte, presente na maioria dos desenhos; tristeza; dor; medo; a futilidade; a apatia, hoje tão presente no mundo; entre outras.
Assim como os desenhos expressam estes variados sentimentos, a parte dissertativa do trabalho, após reflexão de cada um sobre seu desenho, expressa ainda mais o que gostaríamos de dizer, mas o que muitas vezes não dizemos pelo fato de muitas não se importarem, e se sujeitarem a continuar vivendo no meio de uma grande massa de pessoas hipócritas, que evitam enxergar aquilo que deveria ser visto, mascarando o mundo cheio de defeitos e transformando-o em algo perfeito, transformando-se assim em idiotas.

"Quando refleti sobre o que me tornaria um perfeito idiota, tive de repensar toda a minha vida, momentos em que me senti idiota, momentos em que me acharam idiota, momentos em que eu me sentiria idiota e etc. Cheguei a conclusão de que eu fui idiota quando me tornei ignorante, sem perspectiva, sem noção do que acontecia à minha volta perante algum acontecimento.
As pessoas são idiotas quando não sabem ou negam o que acontece em torno de si...são as pessoas que não querem nada da vida e que não se importam com o futuro e com os outros.
Idiotas são aqueles que podem aproveitar e não aproveitam, que podem falar e não falam, que podem viver e não vivem."
Por Lorenzo Soares



"No meu desenho utilizei várias cores - em especial preto - além de me retratar como uma pessoa que deixa outras me separarem do que gosto e quero (principalmente meus livros e música, que representam imaginação). Há pessoas com cara de espanto, reprovação e sem interesse, todas em um fundo preto e na frente de uma coloração verde e dourada ( que simbolizam o dinheiro e representam responsabilidade), tudo isso separado por linhas pretas. O chão verde é o fato de tudo estar acontecendo num mesmo lugar, no meu mundo.
O sentimento mais forte ao fazer foi o alívio, pois foi algo em que me expressei por completo e mostra várias coisas sobre mim e o que estou passando agora. As coisas sobre mim que eu representei foram bem da minha personalidade, que eu quero atingir meus objetivos na vida mas mesmo assim há obstáculos e pessoas sempre me criticando, principalmente o jeito como sou e ajo. Sempre tento resolver estes problemas com calma mas sem esquecer o que sonho e o que sou. O que estou passando agora é uma fase muito importante da minha vida, já que estou assumindo várias responsabilidades na minha vida profissional e pessoal, assim como estou vendo várias coisas ao meu redor mudando a partir do modo como reajo.
Fazer este desenho foi algo bastante natural e com toda a certeza valeu a pena. O tema foi bastante forte e realmente me toca por me fazer pensar em várias coisas que restringem a minha vida. Acho que as atividades assim poderiam ser mais trabalhadas, pois depois disto todo mundo pode pensar antes de agir como um perfeito idiota."
Por Lucas Rossi





"O que retratei no meu desenho são coisas que me deixam mal. O quadrado preto com os insetos representa o medo e as coisas repugnantes do mundo. A cidade e o sol negro representa a forma ridicula, egoista, infiel, traiçoeiras, e outras qualidades ruins que muitos tem adquirido, e que é um mal geral.
O boneco representa o sofrimento, com sua aura negra. Espelhei isso em mim, na verdade, espelhei tudo em meus sentimentos. Por fim, a arma e os outros bonecos representam a morte, coisa que já fez parte dos meus pensamentos, e o vermelho representa o sangue que é derramado todos os dias por pessoas completamente idiotas, que não respeitam a vida alheia, nem mesmo a sua."
Por Paula Ramborger




"Problemas que parecem não ter solução, falta de dinheiro ou amigos, doenças, tristeza e solidão são alguns dos motivos que fazem parecer que a vida não vale a pena, levando à derradeira atitude que alguém pode chegar: causar a própria morte. Para mim, isso me tornaria uma grande idiota.
Devemos sempre bater de frente com nossos problemas, tentar solucioná-los. Juntar todas as forças e escapar desta atitude covarde e totalmente idiota."
Por Suelen Diniz




"No momento em que o professor propôs a atividade, pensei na imagem de uma pessoa, uma menina, dentro dos padrões que a sociedade impõe: bonitinha, bem vestida, como a mídia apresenta todos. Por fora ela seria como todos exigem, a imagem dela seria perfeita, mas quando se dispõe a abrir seus pensamentos aos outros, descobre-se que não há nada, somente um vazio em que os pensamentos fúteis se perdem, revelando a verdadeira idiota que ela é, pois tudo acontece em volta dela e a única preocupação que tem é com sua aparência, e não vê que todos sabem que ela é uma idiota."
Por Paola Magalhães



"Antes de desenhar eu tinha a ideia de retratar o que torna idiota a sociedade em geral. Quando, de fato, comecei o desenho, desenhei o que poderia vir a ME tornar idiota.
Comecei retratando todo o tipo de indústrias que fazem as pessoas parecerem idiotas, tendo que atualizar a todo momento os seus bens nada valiosos e que na verdade não são vitais. Retratei dinheiro, que leva à violência (também retratada) e faz as pessoas ficarem cegas de ganância gerando guerras em busca de poder que resultam em protestos da minoria que tenta, assim como eu, caminhar para a luz e a felicidade ao lado das pessoas que gostam, enquanto aqueles que vivem em função do dinheiro se esbaldam em iates, em praias paradisíacas com seus amigos ricos e famosos que representam a falsa felicidade.
Enquanto as pessoas morrem, isso acontece.
Já me sinto idiota e na completa escuridão, tentando buscar uma luz que me faça sair dessa idiotia que atinge a massa e a faz aceitar tudo isso sem reação."
Por Julia Alves Rocha



"Senti como se todos os meus medos e inseguranças estivessem sendo expressos no desenho. Cada linha, cada traço, representava um medo, uma dúvida, um lado escuro de mim. E ao mesmo tempo, senti alívio por estar colocando estes sentimentos pra fora, expondo-os para o mundo, para mostrar que no fundo todos temos um pouco de idiota dentro de nós."
Por Julia Souza Rocha



Abaixo, o Professor Aloízio Pedersen, ao final do processo criativo.


 Fotos do Processo:







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